
A saúde pública de Gravatá, localizada no agreste de Pernambuco, enfrenta
uma crise que tem deixado a população indignada. A cidade, conhecida por seu
potencial turístico, recebeu entre 2023 e 2024 um montante impressionante de aproximadamente R$ 56 milhões em transferências do Governo Federal
destinadas exclusivamente à saúde. Apesar desse volume significativo de recursos, o cenário atual é marcado por falta de medicamentos, ausência de médicos qualificados, filas intermináveis e uma crescente insatisfação popular.
LINK DOS VALORES NO PORTAL DA TRANSPARÊNCIA
Dados do Portal da Transparência do Governo Federal mostram que em 2023, Gravatá foi contemplada com R$ 28.417.838,21 para investimentos no setor. Neste ano de 2024, até o presente momento, o governo federal já
transferiu R$ 27.332.032,07. Quando somados, esses valores levantam uma
pergunta inevitável: para onde foi todo esse dinheiro?
Quem frequenta os postos de saúde do município se depara com uma realidade que contrasta com os altos números de repasses federais. A falta de medicamentos básicos, como dipirona e antibióticos, é recorrente. Pacientes relatam dificuldades em conseguir consultas especializadas e até mesmo em
agendar exames simples. Além disso, há uma constante rotatividade de profissionais médicos, o que compromete a continuidade do atendimento e a confiança da população.
A situação se agrava ainda mais no hospital e na UPA, onde a superlotação e a demora no atendimento são comuns. Casos de urgência e emergência frequentemente precisam ser encaminhados para cidades vizinhas, evidenciando a incapacidade do sistema de saúde local em atender às demandas.
Quando analisamos o montante repassado pelo Governo Federal, somado à arrecadação de impostos municipais e às transferências estaduais, é evidente que Gravatá dispõe de recursos consideráveis para investir em saúde. Contudo, a realidade não reflete esses números. A ausência de melhorias significativas nos serviços de saúde aponta para uma gestão ineficiente.
A insatisfação dos gravataenses não pode ser ignorada. O acesso à saúde é um direito constitucional, e cabe ao poder público garantir um sistema eficiente e humanizado. A população clama por respostas e ações imediatas para reverter esse quadro.
Investir na saúde pública vai além de números expressivos; trata-se de salvar vidas e proporcionar dignidade. Gravatá precisa de uma gestão comprometida, que transforme recursos em resultados concretos e faça valer cada centavo investido na qualidade de vida da sua população. Afinal, diante de tantos
questionamentos, a pergunta persiste: para onde foi o dinheiro?
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