Em tempos de desilusão com a política tradicional, Gravatá, cidade do Agreste pernambucano, parece ter encontrado em um advogado aquilo que deveria esperar de seus representantes eleitos: coragem, compromisso e fiscalização efetiva. O nome dele é Heverton Lopes. Especialista em Direito Público, vem se consolidando como uma das vozes mais firmes no combate às omissões do poder público municipal.

Enquanto a Câmara Municipal é composta por 17 vereadores, é difícil apontar mais do que cinco que realmente assumem o papel fiscalizador que lhes foi confiado nas urnas. E mais difícil ainda é justificar o silêncio da maioria. Por conveniência? Por medo? Por acordos? O povo observa — e sente na pele — as consequências da inércia legislativa.
Doutor Heverton Lopes, no entanto, tem feito o que muitos parlamentares se recusam a fazer: denunciar, protocolar, cobrar e, acima de tudo, agir. De forma técnica e embasada, ele tem se dedicado à fiscalização das contas públicas, das políticas de saúde, da precariedade das escolas e da paralisia de obras prometidas, mas jamais entregues.
Ao lado dele, destaca-se a atuação honesta e combativa de alguns vereadores que se recusam a ser cúmplices do silêncio institucional: Silmara Enfermeira, Eduardo Cassapa, Ninha Professora, e principalmente Aldo La Massa e Rafael Prequé. Estes dois últimos têm ido além dos discursos: visitam hospitais, denunciam o caos no transporte de pacientes, escancararam a falta de medicamentos e fizeram o que todo parlamentar deveria fazer — representar quem os elegeu.

Este cenário nos leva a uma pergunta desconcertante: por que um advogado precisa assumir o papel de fiscal do povo quando esse é o dever constitucional da Câmara Municipal? A resposta não é simples, mas talvez more no “segredo” que paira sobre os 12 vereadores silenciosos. Silêncio que incomoda, que denuncia e que, ao mesmo tempo, revela a urgência de um novo tempo na política local.
Gravatá precisa e merece uma Câmara atuante, que honre sua função e não se esconda atrás de cargos e conveniências. Até lá, enquanto poucos resistem, a esperança do povo repousa na atuação corajosa de um advogado e de uma minoria parlamentar que ainda escolhe o lado certo da história.
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